segunda-feira, março 02, 2009

xxviii: fernandinha e o seu jardim proibido.

A placa (enorme) anunciava, num néon excessivo, «as melhores farturas de Portugal». E, por baixo, rodeado de pequenas luzes que quase ofuscaram Zé Tó, uma placa desafiava gloriosamente a noite que havia tombado sobre a cidade de um momento para o outro: As Farturas da Fernanda!

No interior daquela caravana que se insinuava como uma menina filipina para um turista inglês, estava uma rapariga de ar inocente mas nervoso que comia um churro de chocolate. Ansiosa. Como se aquele fosse o último churro de chocolate num mundo em que os churros de doce de ovo eram mais omnipresentes do que a palavra Freeport.

Zé Tó não soube se foi apenas o desejo de arranjar uma Gretel para o seu Hansel no mundo maravilholeoso das farturas e churros que o levou a correr até aquela barraca. Só percebeu que havia uma força magnética que o obrigava a fazer aquilo. Como se ele fosse uma mulher de meia idade e aquele fosse o seu momento Mamma Mia.

De um só gesto, esticou o braço e puxou-a para si, agarrando-a nos seus braços outrora frágéis. Sentiu uma alegria enorme e, como se o mundo fosse um programa da malograda Cristina Caras Lindas, uma lágrima rolou desesperada pela face de Zé Tó.

Aquele era o primeiro momento verdadeiramente romântico desta odisseia. Da sua vida, no fundo. Ele não sabia o nome dela. Ela estava assustada de morte (e com um pedaço de churro a balançar ao canto da boca). Ele não sabia muito bem qual o próximo passo a dar. Mas estava apaixonado. Pela primeira vez.

E foi naquele momento que apareceu Paulo Gonzo. E com ele a P.S.P....